Por Mauro
A. Lorenzon
Apenas 28% dos funcionários da Infraero nos aeroportos de Guarulhos (SP),
Viracopos (SP) e Brasília migraram para as concessionárias privadas.
Mesmo com
o acordo que garantiu estabilidade até 31 de dezembro de 2018 para quem optasse
pela iniciativa privada, 1.801 funcionários, de um total de 2.511 que
trabalhavam nos três aeroportos, vão permanecer nos quadros da estatal.
Excesso
de pessoal e salários elevados, incompatíveis com valores de mercado, sobretudo
entre funcionários mais antigos que acumulam benefícios, estão entre as
principais razões apontadas pelas concessionárias para não convidar mais
pessoas.
Já o
presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos,
diz que os salários na iniciativa privada é que estão pouco atraentes.
"Eu
esperava que as concessionárias tivessem mais bala na agulha para seduzir mais
gente", disse.
BRASÍLIA
O
concessionário GRU Airport, de Guarulhos, convidou cerca de 600, de um total de
1.321. Mas apenas 379 aceitaram o novo emprego. Eles ainda terão até agosto de
2014 para mudar de ideia e voltar para a Infraero.
Brasília
foi o que menos absorveu pessoal. De 390 funcionários, a Inframérica diz que
convidou cerca de 100. Destes, pelas contas da Infraero, só 36 aceitaram.
Proporcionalmente,
Viracopos, em Campinas, foi o aeroporto que mais atraiu: 37% ou 295 pessoas.
Somando o
pessoal contratado de fora, o aeroporto tem hoje 650 funcionários Ðante 790 na
gestão da Infraero.
Desde
novembro, quando os concessionários privados assumiram os aeroportos, ainda com
suporte da Infraero, cerca de 300 foram remanejados para outras cidades.
A estatal
também abriu um plano de aposentadoria e de incentivo à transferência para
outros órgãos públicos e que atraiu a adesão de 505 pessoas.
A
transferência está sendo negociada no Ministério do Planejamento. Uma das
ideias é que uma parte vá para a Polícia Federal.
Há ainda
cerca de mil funcionários da estatal com a situação por definir. A previsão da
Infraero é que até agosto de 2014
a integração esteja totalmente concluída.
Alguns
funcionários estão fazendo cursos de capacitação em universidades em Guarulhos
e Campinas para serem absorvidos em outras funções. A estatal diz que também
pretende reduzir o número de terceirizados para absorver funcionários.
Estagiários tampouco devem ter seus contratos renovados.
A
Infraero tem 13.938 funcionários de carreira, contratados sob o regime CLT,
distribuídos entre Brasília, nove escritórios regionais e 63 aeroportos.