Por Mauro A. Lorenzon
Depois de Bertolt Brecht, mandou muito bem!
O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem
participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço
do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem
das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que
odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a
prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político
vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
"Sou
um ser político em todos os momentos. Você conseguir afetar, incomodar,
questionar uma pessoa do seu lado é uma ação política.
Política se faz na
esquina. É um trabalho de formiguinha. Não é uma política de cima para baixo. É
uma ação cotidiana. Toda ação tem uma consequência porque você é um
agente social. Você não está sozinho no mundo. Não acredito na política dos
grandes sistemas.
A mensagem que deixo para o jornal é de continuar
acreditando que a mudança é possível, é real e cotidiana, e que se faz no passo
de formiguinha mesmo. Desde que se acorda até a hora de dormir. Porque você
pensa, anda, fala, ouve, sonha e, por conta disso, podemos realizar todos os
nossos horizontes possíveis e imaginários, conseguir libertar a imaginação nisso
tudo, e acreditar sim que a realidade agora que a gente vive é um
constrangimento, é uma pressão momentânea, mas você tem que ter força política
para imaginar e realizar essas mudanças sociais e trazer isso para sua
existência cotidiana, para sua realidade cotidiana. A sua responsabilidade
cotidiana."
Joana Saraiva