segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

DENÚNCIAS DO CCPI JUNTO AO MPT (PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO/CAMPINAS)

Por Mauro A. Lorenzon



1) DENÚNCIA REALIZADA EM 04/11/2012
A denúncia de número 6617 foi enviada com sucesso!


RECENTEMENTE A INFRAERO/VIRACOPOS CONVOCOU VERBALMENTE (POR TELEFONE) APROXIMADAMENTE 270 EMPREGADOS PARA COMUNICAR-LHES DE SUA REMOÇÃO PARA CONGONHAS, DIANTE DA PRIVATIZAÇÃO DE VIRACOPOS. OCORRE QUE DENTRE ESSE CONTINGENTE DE EMPREGADOS ENCONTRAM-SE VÁRIOS CIPEIROS (TITULARES E SUPLENTES) DA ATUAL GESTÃO (2012-2013). ENTENDEMOS QUE PERMANECENDO FUNCIONÁRIOS DA NAVEGAÇÃO AÉREA E DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE AUXÍLIO À NAVEGAÇÃO AÉREA EM VIRACOPOS (ÁREAS DE NEGÓCIO E DE SUPORTE, RESPECTIVAMENTE, DA INFRAERO NÃO PRIVATIZADAS), CERCA DE 80 EMPREGADOS, ACRESCIDO DE EMPREGADOS QUE ATUAM NO CENTRO DE GERENCIAMENTO AEROPORTUÁRIO (CGA), QUE PERMANECERÃO NO AEROPORTO DE VIRACOPOS, BEM COMO DAQUELES QUE TAMBÉM PERMANECERÃO NO AEROPORTO NA TERCEIRA FASE DE TRANSIÇÃO (AINDA QUE LOTADOS EM CONGONHAS, PRESTANDO SERVIÇO EM VIRACOPOS), QUE SE DARÁ DE 14/11/2012 A FEV/2013, JAMAIS TAL MEDIDA PODERIA SER TOMADA, POIS TRATA-SE DE UM MONTANTE APROXIMADO DE 600 EMPREGADOS E A NR OBRIGA A EXISTÊNCIA DA CIPA A PARTIR DE 20 EMPREGADOS: A obrigatoriedade de constituição da CIPA é exclusiva para estabelecimentos que tenham número de empregados igual ou superior a 20, conforme Quadro I da NR-5. ALÉM DISSO, O ÚNICO ENGENHEIRO DO TRABALHO ESTÁ SENDO REMOVIDO PARA CONGONHAS, A PARTIR DE 14/11/2012, BEM COMO ALGUNS TÉCNICOS EM SEGURANÇA DO TRABALHO. ASSIM, REQUEIRO AS PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS A FIM DE ASSEGURAR O QUE É PREVISTO NA NR-5.

2) DENÚNCIA REALIZADA EM 14/11/2012

A denúncia de número 6637 foi enviada com sucesso!


12/11/2012 11h36 - Atualizado em 12/11/2012 11h36
Concessionária dispensa 34,1% dos servidores da Infraero em Viracopos

Dos 800 concursados da estatal, 273 deles encerram atividades no dia 13.

Aeroportos Brasil assume operação definitiva em Campinas em fevereiro.

http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2012/11/concessionaria-dispensa-341-dos-servidores-da-infraero-em-viracopos.html

O governo federal se pauta em acordos firmados entre o SINA, a Infraero e a SAC, cuja aprovação fugiu ao razoável, justamente pela deliberação ter ocorrido a nível nacional, quando deveria ficar restrita aos aeroportos privatizados, aos aeroportuários atingidos pela medida governamental, o que implicou em denúncia destes ao MPT (Representação nº 20/2012 - PRT da 10ª Região).

As concessionárias realizaram, em meados de julho/2012, uma série de palestras junto aos trabalhadores, em cada um dos aeroportos privatizados, para apresentar seus megaprojetos e suas intenções, evento em que estavam presentes representantes da alta direção da Infraero (superintendentes, gerentes etc.) e representantes do SINA, enfatizando que migrar para as concessionárias seria a melhor solução, a mais viável.

Para espanto dos trabalhadores aeroportuários, em 20/09/2012, o SINA publica em seu site, no espaço “Turbulência”, uma matéria orientando os trabalhadores a não aceitarem o convite das concessionárias, haja vista o fato delas terem recebido minuta de acordo coletivo de trabalho e, mesmo após um mês, não manifestarem disposição em negociar.

Há um impasse sobre minutas de acordos coletivos específicos para cada localidade (Guarulhos, Viracopos e Brasília), enviadas pelo SINA aos concessionários, os quais já acham alto o valor do tíquete do próprio terceirizado, quiçá da Infraero.

http://www.sina.org.br/turbulencia/noticia.asp?acao=lerNoticia&id=1108

Fato é que não basta ao aeroportuário querer ser transferido para a concessionária, pois precisa aguardar se receberá o convite do novo gestor do aeroporto privatizado, gestor este que não possui a experiência da Infraero em operação de aeroportos, nas diversas áreas de negócio e de suporte de uma dependência aeroportuária (operações, segurança, comercial, logística de carga aérea, manutenção etc.), tampouco teve que comprovar experiência em operação com carga aérea, apenas e tão somente com passageiros e num montante bem insignificante (cinco milhões de passageiros/ano), frente à realidade atual e vindoura.

O próprio SINA também revela em seu site, no espaço Turbulência, que apenas 5% dos trabalhadores mostraram interesse em migrar para as concessionárias, mesmo diante da possibilidade de adesão ao Programa de Incentivo à Transferência ou Aposentadoria – PDITA.

Muitos empregados aguardavam por oportunidades de transferência para outros aeroportos e a Infraero, recentemente, resolveu divulgar um chamamento, com pouco mais de 1200 vagas para vários cargos, em diversas localidades no Brasil, para as quais se torna um risco considerável optar, quando já se tornou pública a intenção do governo federal de revelar seu plano de outorgas dos aeroportos somente após o 2º turno das eleições, por questão meramente política, o que não ocorreu até agora e coloca em risco qualquer decisão precipitada a respeito.

E mesmo sobre o estudo junto ao governo federal para realocação dos empregados em outros órgãos públicos, a situação continua indefinida, havendo apenas uma sinalização de que seria possível, só não sabemos se há a predisposição necessária a isso, pois o impasse é definir quem pagará a conta, muito embora temos acompanhado o caso da Vale.

http://www.cut-es.org.br/1/?p=802

Em suma, o trabalhador da Infraero, que ingressou na empresa por meio de concurso público, hoje amarga indefinição quanto ao seu futuro profissional, sendo vítima - juntamente com sua família - de um processo de entreguismo do patrimônio público à inciativa privada, ao qual não deu causa. É o prêmio que recebe por ter ajudado a construir a terceira maior e melhor empresa gestora de aeroportos do mundo, com a maioria de seus aeroportos certificados pela NBR ISO 9001, além de outras certificações como a conferida ao Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas, em reconhecimento a Excelência da Carga Aérea.

Na realidade, sabemos que a Infraero não se extinguiu enquanto empresa pública federal e que irá continuar atuando nos aeroportos privatizados, sendo detentora de 49% das ações do negócio aeroportuário, ou seja, seria perfeitamente possível manter os trabalhadores atuando em Viracopos, Guarulhos e Brasília, se quisessem, mas pagamos hoje o preço de um ato inconseqüente do governo federal, de tamanha irresponsabilidade para com os aeroportuários, somado a postura omissiva de uma entidade sindical patronal e dos próprios trabalhadores, em sua maioria.

Recentemente a Infraero vem adotando convocações verbais - por telefone - para que alguns empregados  participassem de reuniões de orientação da área de recursos humanos (RH) àqueles que foram listados (cerca de 300 aeroportuários em VIRACOPOS), sem nenhum critério objetivo, para participarem de um curso de Agente de Proteção de Aviação Civil - APAC, com fins de no futuro, possivelmente, atuarem em Congonhas.

Pretendem ministrar o curso em três meses, um curso que normalmente é realizado em duas semanas, aparentando que querem ganhar tempo para ver o que fará com os trabalhadores; atualmente a atividade de APAC é terceirizada pela Infraero, além do que, Guarulhos também foi privatizado e para onde irão os empregados de lá? Haverá espaço para todos em Congonhas? Como se dará o transporte dos empregados de Viracopos para Congonhas? etc.

O pior é que a situação está gerando constrangimentos aos trabalhadores, ao passo que são apontados pelos próprios pares (aqueles que permanecerão em Viracopos até FEV/2013 - terceira fase de transição do processo de privatização), como pessoas indesejadas, que a concessionária não quer, pois inclusos por suas chefias imediatas numa lista como o "refugo" da Infraero, trabalhadores imprestáveis (aqueles destinados ao curso de APAC)!

Um dos trabalhadores inclusos em tal lista deu seu depoimento à mídia:

13/11/2012 11h07 - Atualizado em 13/11/2012 12h29

'É uma vida que deixamos para trás', diz fiscal da Infraero sobre Spotting Viracoposhttp://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2012/11/e-uma-vida-que-deixamos-para-tras-diz-fiscal-da-infraero-sobre-viracopos.html

Por outro lado, aos que ficarão, já se fala em situações estranhas como: a obrigatoriedade do trabalhador aeroportuário (Infraero) usar uniforme da concessionária e se adequar a nova escala de serviço, diferente daquela aprovada em assembléia pela categoria e registrada na DRT, além de cobrança sobre produtividade, mesmo em situação transitória, em que o empregado estará à disposição do concessionário, prestando serviços apenas, sendo a Infraero ressarcida do ônus salarial e dos benefícios relativos a estes empregados (cerca de 500 a 600 trabalhadores, aproximadamente). 

A verdade é uma só: ninguém sabe quem está em melhor situação, os que ficam ou os que vão, mas independentemente disso, querem dividir a categoria e isso é ruim.

Essa é a situação atual e nos sentimos moralmente feridos.

Para melhor entendimento da problemática instaurada, sugiro a leitura de artigos postados nos seguintes espaços:

http://resistenciaviracopos.blogspot.com.br/






Nenhum comentário:

Postar um comentário